domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Minha História de Amor

Olá malta aqui deixo um conto chamado "A História de Amor" espero que gostem.
Capitulo 1





Aqui estou eu, no meu novo escritório de advogados. Aos 27 anos de idade finalmente realizei os meus sonhos, e devo tudo à força da minha filha de 6 anos.
O caso de hoje é uma mulher que quer processar um empregado de mesa por ter trazido sumo de laranja enlatado em vez de natural, não sei como irei acusar o pobre homem. O grande problema de ser exercer advocacia, é que muitas vezes temos de deixar de parte a nossa consciência e arruinar vidas de pessoas inocentes.
_ Sr.ª Barros. – Chamou a minha secretária, a dona Costa. – Uma empresa está a pedir os seus serviços, diz que não pode vir ao seu escritório, portanto queria encontrar-se consigo hoje num café/ restaurante o que devo responder?
A dona Costa é uma senhora “fofinha” de cinquenta e sete anos casada que procura algo para fazer desde que os filhos mudaram de cidade.
_ Diga para mandar a morada e hora e eu me encontrarei com o representante. – Respondi.
_ Ok chefe.
_ Muito bem, vou almoçar daqui um quarto de hora, pode também ir almoçar mas quero-te de volta às duas e meia, ok?
_ Sim, mas espere.
_ O que foi?
_ O senhor diz que se quer encontrar agora consigo, ele diz que o almoço é por conta dele.
_ Ok, onde é o local?
_ Sabe aquele restaurante italiano ao lado do banco?
_ Sim.
_ É aí.  
_ Obrigada dona Costa.
_ De nada Sr.ª Barros.
Não estranho clientes quererem encontrar-se num local público em vez do escritório, não percebo porquê, mas como me acontece tão frequentemente, portanto penso que é comum.
Eu cheguei ao restaurante e esperei um pouco pelo cliente, passado um pouco, alguém me tocou no ombro e perguntou:
_ É a Sr.ª Barros?
_ Sim.
Ao virar-me para ver a cara deste cliente, reconheci as mãos gigantes que no passado me confortaram, e vi os lábios que me beijaram e de onde ouvi as palavras “Eu amo-te”.
_ Tiago. – Disse eu surpreendida.
_ Carla, mas como? O teu apelido é Afonso!
_ Há sete anos mudei o meu apelido para o nome de solteira da minha mãe.
_ Porquê?
_ Porque queria fugir do passado, talvez.
“_ Porque queres que eu tome conta da empresa?
_ É o meu sonho querida.
_ Mas não é o meu.
_ Não queres que eu seja feliz?
Então os seus lábios quentes tocaram nos meus deixando um escaldante sentimento no meu coração.”
_ Realizaste o teu sonho aparentemente. – Disse Tiago.
_ Sim, então tens problemas legais?
_ Sim. Vamos sentar-nos.
_ Então porque precisas de um advogado?
_ Temos um bufo na empresa, então queremos processa-lo por traição.
_ Não deve ser difícil, tens algumas provas, tu sabes e-mails, mensagens de texto qualquer coisa?
_ Não sei.
_ Então como descobriram que essa pessoa é um bufo?
_ Desde que ele chegou, as outras empresas começaram a copiar os nossos planos antes de os executarmos.
_ Sem provas, não há caso. Eu recomendo que contrates um investigador privado.
_ Interessante. – Disse ele com uma pequena risada.
_ O que foi?
_ Nunca pensei ver-te assim, Carla.
_ Assim como?
_ Uma advogada profissional, com o cabelo assim todo apanhada, de óculos e com um fato.
_ Assim parece.






Capitulo 2





Desde de que me voltei a encontrar com o Tiago, não paro de pensar no passado, e de como cheguei até agora.
_ Mamã, mamã! – Chamou a minha filha, Tatiana.
_ Que foi querida?
_ Depois do jantar, vês o meu trabalho?
_ Claro, querida.
_ O que é para jantar?
_ Hambúrgueres.
_ Aconteceu alguma coisa no trabalho?
_ Porque dizes isso?
_ Tu só fazes hambúrgueres quando o trabalho te deixa nervosa de mais para cozinhar.
_ Não é isso, Tatiana, é que encontrei um velho amigo e simplesmente, já não o via há muito tempo e por isso fiquei um pouco agitada.
_ Ok.
_ Não te preocupes.
“_ O que estás a fazer?! – Gritei. – Larga-me Tiago!
Tiago beijou-me para eu me calar, e nessa noite fizemos amor. Depois dessa noite escaldante, acordei mas ele, não estava ao pé de mim.”
_ Sr.ª Barros. – Chamou a Dona Costa.
_ O que se passa?
_ Lembra-se do homem daquela empresa de ontem?
_ Sim, o que tem?
_ O presidente da empresa quer-se encontrar consigo.
_ O quê?!
_ Há algum problema?
_ Pergunte se podemos conversar através do telefone?
_ Porquê?
_ Faça-o, por favor.
_ Tudo bem, mas ele quer mesmo encontrar-se consigo pessoalmente.
_ Porquê?
_ Porque ele diz que a conhece, e que precisa de falar consigo.
_ Diga-lhe para estar livre dentro de uma hora pois irei ter com ele neste preciso momento!
_ O que se passa Sr.ª Barros?
_ Não se passa nada, simplesmente essa empresa no passado deu-me muitos problemas, principalmente o presidente.
_ O que aconteceu?
_ Não lhe posso dizer.
“_ Quero que comeces a fazer um estágio na empresa. – Disse ele com toda a frieza possível.
_ Mas porquê? – Pergunto eu.
_ Tens de começar a perceber o que fazemos aqui, tu vais ser a presidente da empresa um dia.
_ E se eu não quiser?
_ Não tens escolha.”
_ Desculpe, estou aqui para falar com o Sr. Afonso. – Disse eu.
_ Tem marcação? – Disse a recepcionista. – Eu não a conheço?
_ Ele está à minha espera e não, não me conhece.
_ Tem a certeza? Porque me é muito familiar.
_ Tenho a certeza!
_ Ok, vou comunicar ao Sr. Afonso, quem devo anunciar?
_ Diga-lhe que é a advogada com quem falou ao telefone.
_ Ok, ele diz para subir.
_ Obrigada.
Eu subi as escadas bati a porta, uma voz nostalgica disse-me:
_ Entre.
Eu abri a porta e vi a cara que há anos não via, mas mais velha.
_ Olá pai.
_ Olá querida.









Capitulo 3





_ O que queres de mim? – Perguntei eu.
_ Fugiste há sete anos atrás, agora tu vais ser a presidente da empresa.
_ Nem penses! Eu estou muito feliz agora não vou sacrificar a minha vida! Como me descobriste? Havia sequer um bufo ou foi tudo um plano?
_ Existe de facto um bufo, mas descobrir-te foi apenas uma coincidência.
_ Se eu não queria ser presidente há sete anos atrás, o que te faz pensar que quero ser agora?
_ Tens que o fazer.
_ Sabes o que eu quero fazer agora? Quero falar sobre o caso!
_ Tudo bem. O seu nome é João Ferreira, aqui tens o ficheiro dele.
_ Já arranjaram alguma prova que ele é o bufo?
_ Para dizer a verdade acho que nem é preciso.
_ Como assim?
_ Os segredos da empresa começaram a sair precisamente quando ele entrou.
_ Isso não é suficiente para persuadir um júri. Parece que não há caso, vou-me embora.
_ E a empresa?
_ Não quero saber nada sobre a empresa! Telefona se precisares de uma advogada.
_ E então o Tiago?
Viro-me surpreendida e digo:
_ O que ele tem?
_ Eu sei que vocês os dois estavam envolvidos há sete anos, ou deveria dizer loucamente apaixonados.
“_ Carla, eu amo-te. – Sussurrou ao meu ouvido.
_ Eu também te amo Tiago.
_ Deveríamos casar.
_ O que raio é que estás a dizer?!
_ Nós amamo-nos, conhecemos nos há anos o que importa se casarmos podíamos passar mais tempo juntos.”
_ Pois eu sei muito bem porque é que sabes. – Respondi.
_ Tu só cometes erros na tua vida.
_ Tu não sabes nada sobre mim, tu nunca soubeste. Eu não posso mudar a minha vida, eu não estou sozinha, tenho alguém!
_ Então é um marido ou um namorado?
_ Aproximaste de alguém próximo de mim e acredita, tu vais para a prisão. Sabes homens de meia-idade como tu na prisão são muito populares, espero que gostes de sodomia.
_ Tu tens muita lata.
_ Nunca te disseram que os filhos são os reflexos dos pais?
“_ Pai, eu tenho estado a pensar em entrar para direito na Universidade. – Disse eu.
_ Porquê?
_ Quero ser advogada.
_ Assim quem herda a empresa?
_ A empresa pode ser passada a uma pessoa que não seja da mesma família.
_ A empresa começou por ser um pequeno negócio do teu bisavô, que passou ao teu avô que passou ao seu filho, ao seja eu.
_ Então finalmente podes quebrar o ciclo!
_ Não vamos discutir mais isto! O Tiago deve estar quase a chegar para te dar explicações.
_ Porque tens de utilizar o teu secretário assim?
_ É a única pessoa em quem eu confio.”










Capitulo 4





Todos os dias a Tatiana diz que estou a agir de forma estranha, não sei como mas as crianças vêem mais do que a mascara que nos esforçamos tanto a criar só para eles.
_ Mãe! – Grita a minha filha.
_ Que foi?
_ As torradas estão a queimar-se.
_ Bolas, importaste de comer cereais hoje.
_ Não, mas achas que temos tempo?
_ Acho que com sorte sim.
_ O que se passa contigo mãe?
_ Nada querida. – Digo com um sorriso falso, mas o que estou a pensar é: «O meu passado, é o que é.»
_ Mãe, tenho visto um homem estranho à porta da escola já há três dias.
_ O quê?! – Desesperei.
_ Ele olha fixamente para mim.
_ Querida, - Disse a olhar fixamente para os olhos da minha filha. – Toma esta câmara, assim que o vires tira discretamente uma foto a esse senhor e vai para o pé de um adulto que conheces, de preferência uma professora.
_ Tudo bem mãe.
Passou um mês desde de que falei com o meu pai e com o Tiago, pensava que com o tempo esta nostalgia e medo iriam passar, mas nada mudou.
_ Olá dona Costa. – Cumprimentei.
_ Olá Sr.ª Barros, parece estar preocupada, o que se passa?
_ A minha filha disse que viu um homem a olhar para ela e que dura já há uma semana, não sei o que faça.
_ Quer que cancele todas as suas marcações para hoje?
_ Não é preciso, mas obrigada a dona é um doce de pessoa.
_ Obrigada senhora.
_ Então quem tenho primeiro?
_ Bem daqui a um quarto de hora tem uma marcação com a senhora que processou o empregado de um café.
_ Obrigada, quando ela chegar mande-a entrar.
_ Mais uma coisa.
_ Diga.
_ Aquela empresa diz que finalmente arranjou provas necessárias e que quer encontrar-se novamente consigo.
_ Obrigada. Diga-lhe por volta da uma hora no mesmo restaurante.
_ Ok, ele confirmou.
Eu penso que a única razão para ter aceitado este caso, foi para provar como me saí bem da vida apesar de tudo. Ainda me lembro de depois de ter dado à luz a Tatiana como estudava horas e horas a fim para os exames, cada vez que adormecia Tatiana chorava e acordava-me, às vezes pensava que ela fazia isso de propósito para eu estudar. Eu vivia um pequeno T1 alugado e trabalhava part-time num Mcdonalds, durante o dia a minha senhoria cuidava da Tatiana, ela foi mãe solteira e compreendia o que eu estava a passar.
Cheguei ao restaurante, Tiago estava lá.
_ Olá. – Disse eu.
_ Olá. Sentamo-nos?
_ Claro, ouvi dizer que vocês encontraram algumas provas?
_ Sim, fizemos como recomendaste e contratamos um detective privado. Aqui tens as provas.
Ele passou-me uma pasta com registos telefónicos incriminadores, fotografias.
_ Parece o suficiente para construir um caso, vou preparar tudo. – Respondi.
_ Espera Carla.
_ Que foi?
_ Queres vir tomar uma bebida à noite?
Foi assim que tudo começou.
“_ Finalmente podes beber! – Disse o Tiago, que estava a celebrar o meu aniversário comigo.
_ Pois é, esta cerveja é incrível.
_ Carla, que tal experimentares este uísque que encomendei só para ti.
_ Parece caro, tens a certeza?
_ Tenho. Vá lá, bebe.
Não me lembro muito dessa noite, só me lembro da voz do Tiago a sussurrar-me ao ouvido: «Eu irei sempre amar-te». Não sei se foi uma ilusão ou a bebida mas sei que quando acordei estava a utilizar o tronco do Tiago como almofada e que estava completamente nua.”
_ Hoje não posso, mas amanhã. – Disse eu


Capitulo 5





_ Meritíssima. – Disse eu. – Membros estimados do júri. A minha cliente pediu um sumo de laranja natural e em vez disso recebeu um sumo empacotado do Sr. Cláudio Almada. Podem não saber disto, mas a minha cliente sofre de uma alergia de conservantes que existem no sumo que recebeu, se ela ingerir uma gota que seja do sumo teria de ser hospitalizada de emergência.
O júri decidiu que a minha cliente deveria receber um cheque de 500 euros dos donos da loja, foi muito duro encontrar algo que fizesse a minha cliente ganhar.
Ontem decidi que ia beber um copo com o Tiago, sinceramente não sei o que estou a fazer, é a história a refazer-se de novo mesmo à frente dos meus olhos. Eu sei o que vai acontecer, tenho a possibilidade de o fazer parar antes que seja tarde demais, mas será que quero que pare?
_ Olá. – Diz Tiago acordando-me dos meus pensamentos.
_ Olá.
_ Que se passa?
_ Como assim?
_ Estás um pouco desnorteada.
_ Não é nada, é só um caso.
_ Ok, olha desculpa ser assim mas eu tenho de ir direito ao assunto.
_ Tudo bem. – Respondo com a maior serenidade possível.
_ Eu não sei o que te fez fugir na altura e deixar-me, mas deixa que te diga que nunca consegui esquecer-te eu ainda te amo.
_ Amaste-me sequer? – Murmuro.
_ O quê?
_ Nada, vamos só beber.
Posso dizer que estava em calma pois a Tatiana estava numa pequena festa de pijama, mas mesmo assim algo me incomoda, deveria dizer o que aconteceu nestes últimos anos? Deveria sequer mencionar que tenho uma filha? Deveria sequer preocupar-me que há uma grande possibilidade que durma com ele hoje?
_ Então, estás pronta para nos defender? – Pergunta ele.
_ Na verdade passei o vosso caso para um associado meu, ele é que vos vai defender.
_ Porquê?!
_ É melhor para toda a gente, eu só quero continuar com a minha vida.
_ Se é por causa de tu seres a próxima pessoa a tomar conta da empresa.
_ Não é isso, é que sinto que se nunca mais nos vermos será mais fácil para todos.
_ Não entendo. Porque não podemos voltar a estar juntos?
_ Eu não quero entrar em detalhes, mas demorei muito tempo a esquecer-te, não quero voltar a passar pela mesma dor que passei há sete anos. Deveria voltar para casa, adeus Tiago.
_ Espera, pelo menos deixa-me dar-te boleia. Vais apanhar um táxi não é?
_ Obrigada, onde está o teu carro?
_ Vou busca-lo.
O que eu estou a fazer?
_ Entra. – Convida-me Tiago.
_ Obrigada.
No carro não se ouve nada e está um ambiente pesado e constrangedor.
_ Então onde tu vives? – O silêncio é quebrado por Tiago
_ Anda mais um pouco e depois viras à esquerda.
_ Ok.
Passados uns dez minutos chegamos a casa, subimos as escadas e despedimo-nos.
_ Carla, eu amo-te.
Tiago beija-me apaixonadamente. Não sei se foi do álcool que bebi antes mas senti aquela antiga chama do passado arder outra vez mas com uma maior intensidade.









Capitulo 6





“ _ Porque queres que eu use isto? – Disse ao Tiago.
_ Porque ficas linda. – Respondeu-me.
O Tiago comprou-me uma camisa de noite preta semi-transparente curta.
_ Vá lá, sinto-me estranha nesta roupa.
Ele está sentado em cima da cama, sento me em cima dele.
_ Não deverias, estás mais bela do que o luar.
Depois fizemos amor durante essa noite.”
Acordo na cama, completamente nua e suada, lembro-me do que aconteceu na noite anterior, mas o Tiago não está ao meu lado. Ouço o som da água a correr o chuveiro, ele deve estar a tomar banho.
Porque será que dormi com ele? Eu deveria estar a pensar no melhor para a minha filha e isto definitivamente não é.
_ Desculpa Carla, mas tive de usar o teu chuveiro. – Diz o Tiago assim que sai da casa de banho, só com uma toalha à volta da cintura.
_ Está tudo bem. – Digo eu, tentando-me convencer do que o que eu disse é verdade.
_ Tive saudades disto. Acordar de manhã, olhar para ti, beijar-te.
Afasto-o com as mãos antes que algo aconteça.
_ Não te habitues, o que aconteceu ontem foi apenas um acidente.
_ Porque não podemos ser um casal outra vez?
_ É errado e eu não acredito que tu me ames.
_ O que tenho de fazer para que acredites em mim?! – Gritou.
_ Diz me a verdade de uma vez por todas!
_ Tudo bem eu digo-te! O teu pai contratou um investigador privado para procurar alguma coisa contra para te chantagear para governares a empresa!
_ O quê?!
_ É verdade, amanhã vamo-nos encontrar com ele para ver os resultados.
_ Mas ele ainda não vos disse nada, pois não?
_ Não. Passa-se alguma coisa?
_ Passa-se! Olha amanhã encontra-te comigo antes de te encontrares com o investigador.
_ Porquê?
_ Por favor.
_ Ok.
Nesse momento alguém tocou à campainha. Fui ver quem era, disse ao Tiago para se vestir.
_ Quem é? – Perguntei.
_ Sou eu, a Filipa.
É a mãe da amiga da Tatiana (que por acaso também é minha amiga), abri a porta de repente.
_ Carla se soubesse que irias estar assim tão atraente tinha vestido roupa interior mais sensual.
_ Agora não é uma boa altura.
_ Como não é uma boa altura? As miúdas estão no carro, vá lá veste-te e vamos ao parque com elas.
Nesse momento Tiago apareceu e disse-me:
_ Desculpa lá interromper mas tenho mesmo de ir, adeus depois amanhã falamos. – Depois beija-me e vai-se embora.
_ Bem agora compreendo porque é uma má altura, onde é que raio, arranjaste um tipo todo jeitoso e sexy como ele?
_ Ele é o pai da Tatiana.
_ O quê?!












Capitulo 7





Eu e a Filipa sentamo-nos num banco no parque enquanto as raparigas brincavam.
_ Como assim ele é o pai da Tatiana? – Pergunta Filipa.
_ Encontramo-nos por acidente.
_ Ele sabe da Tatiana e vice-versa?
_ Não para as duas.
_ Vais dizer-lhe?
_ Acho que não, vou ter saudades tuas, sabes?
_ Do que raio estás a falar Carla?
_ Já reservei um quarto de hotel, eu e a Tatiana vamos fugir amanhã.
Não posso deixar que ele descubra Tatiana, se ele a descobrir o meu pai vai faze-la passar pelo mesmo que eu e o Tiago não tem força suficiente para o enfrentar.
_ Tens a certeza que queres fazer isto?
_ Eu amo a minha filha demasiado para que ela sofra com o meu pai e o pai dela.
Voltei para casa com a Tatiana, a casa estava um desastre.
_ Mãe o que se passou aqui?
Uma noite muito bêbada.
_ Nada querida, simplesmente estava demasiado cansada para limpar.
_ Mas parece que está mais desarrumado do que nunca.
_ Querida vai para o teu quarto brincar.
_ Está bem.
Comecei a preparar as malas para sairmos amanhã depois de falar com o Tiago.
Eu amo a minha filha, é por isso que não quero que ela passe por algo que a irá confundir, como conhecer o pai dela.
Faltavam 15 minutos para as sete horas e fui acordar a Tatiana, já tinha metido as malas no carro.
_ O que se passa mãe? – Pergunta ela com os olhos ainda ensonados.
_ Querida, desculpa mas é para o teu bem, vá lá veste-te.
_ Mas mãe…
_ Por favor querida.
Entramos no carro, fui directamente ao escritório para me encontrar com o Tiago, mas não conseguia sair do carro, olhava para a Tatiana, se calhar a minha maneira de pensar estava errada.
_ Querida – Disse. – Vem comigo.
_ Porquê?
_ Querida o que é que eu te disse sobre o teu pai?
_ Disseste que o amavas muito mas que ele te magoou muito e é por isso que não estás com ele.
_ Gostavas de o conhecer?
_ Se te magoa, não.
_ Querida, eu amo-te muito, quero que o conheças, tu mereces conhecer o teu pai.
_ Tens a certeza?
_ Sim.
Saímos do carro, disse à recepcionista que tinha de falar com o Tiago, ela indicou-me o escritório. Estava com medo, a Tatiana tinha noção do meu sentimento.
Bati na porta, a voz suave do Tiago disse para eu entrar.
_ Olá Tiago, tenho algo muito importante para te dizer.









Capitulo 8





Acho que o Tiago estava confuso, não parava de olhar para a Tatiana.
_ O que se passa? – Disse Tiago.
_ Esta é a Tatiana.
_ Muito prazer querida. – Disse Tiago ajoelhando-se para cumprimentar a Tatiana.
A Tatiana não disse nada.
_ Desculpa, ela é um pouco tímida.
_ Então podes explicar-me quem é ela?
_ Ela é a nossa filha, desculpa por não te ter dito mais cedo.
_ Como pode ser possível?
_ Eu até te explicava mas ela só tem seis anos e não convém que ela ouça.
_ Isso até percebo, tu sabias que estavas grávida quando te foste embora?
_ Sim.
_ Porque te foste embora na altura?
_ Para dizer a verdade, descobri a tua mentira e não a aguentei.
_ Que mentira?
“ Mal posso esperar para contar a novidade ao Tiago.
_ Tiago, tu és um empregado fantástico, mas tenho de saber se já conseguiste.
Ouço a voz do meu pai do escritório do Tiago e escondo-me para ouvir o resto.
_ Está tudo a correr como planeado, hoje faço a pergunta, tenho bastante certeza que ela vai aceitar. - Respondeu Tiago.
_ Espero que seja como dizes, depois de se casarem vais herdar a empresa e a Carla poderá ficar descansada.
_ Eu também.
Ele estava só a usar-me? O que posso fazer?”
_ Tu ouviste essa conversa?
_ Sim, agora o que eu te peço é que, guardes segredo sobre a Tatiana e que impeças o investigador de contar ao meu pai sobre ela.
_ Mas…
_ Por favor.
_ Eu tenho de dizer algo, Tatiana, podes sentar-te lá fora enquanto eu falo com a tua mãe?
_ Está bem. – Disse ela.
_ É verdade que eu te seduzi para conseguir a empresa, mas eu já me tinha apaixonado por ti quando fizemos pela primeira vez.
_ Eu quero acreditar em ti, mas não consigo.
O Tiago beijou-me, de repente ouço a Tatiana a gritar, saio pela porta e vejo o meu pai a pegar à força a Tatiana.
_ O que estás a fazer? – Gritou o Tiago antes que eu pudesse dizer alguma coisa. – Larga já a minha filha!
_ Mãe! Mãe! – Gritou a Tatiana.
O meu pai largou-a e ela veio a correr para mim, abracei-a peguei-lhe ao colo.
_ Foi uma má ideia vir aqui, eu sabia.
_ Carla espera! – Disse o Tiago. – Chefe, eu despeço-me!
_ O quê?! – Disse eu e o meu pai simultaneamente.
_ Isso é inaceitável!
_ Durante anos eu fiz o que o senhor me disse, magoei a mulher dos meus sonhos e perdi seis anos da vida da minha filha!
Depois de o Tiago fazer o seu discurso ele pediu-me para casar com ele, disse que iria arranjar um emprego. Eu disse que sim, a minha vida melhorou tanto, nunca mais tive de mandar a Tatiana mais cedo para escola, noto que ela está mais feliz.
E esta é a minha história de amor.

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